Páginas

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Análise: O Rei Leão 3D




Desde aquelas primeiras notas gritadas em uma língua estranha dando o tom ao nascer do sol nos primeiros segundos do filme percebemos que os 17 anos que separam a primeira exibição desse filme até hoje, o impacto de uma das aberturas e uma das músicas mais icônicas do cinema não enfraqueceu absolutamente nada.

Afinal, a mistura de uma das melhores histórias de todos os filmes infantis, uma das melhores trilhas sonoras de todos os filmes (sem especificação) e personagens memoráveis e cativantes desde o primeiro momento nunca perderá a força. Muito pelo contrário. Depois de tanto tempo sem contato parece que o filme melhorou.

É com esse amadurecimento que aproveitamos ainda mais uma das melhores obras da Disney. Seja entendendo melhor algumas piadas e referências (quem lembrava que as hienas comandadas por Scar marchavam como nazistas?), seja realmente absorvendo os ensinamentos de Mufasa, um dos melhores pais do cinema, para seu filho Simba (aquele cena sempre foi emocionante daquele jeito?)


Com isso em vista não sei se seria um filme ideal para as crianças de hoje em dia, talvez seja um pouco violento em demasia para nossa sociedade atual super protetora baseada principalmente em Backyardigans e outros desenhos inofensivos do Discovery Kids. Mas é fato que todos os adultos devem as suas crianças internas um retorno ao mágico reino de Pedra Do Rei.

É claro que nada nesse mundo é perfeito, o 3D, embora realmente convincente em algumas cenas onde as coisas flutuavam, mal fazia diferença nas cenas mais importantes. E a escolha de mostrar apenas na versão dublada (pelo menos aqui em João Pessoa) é errônea já que, nesse caso extraordinário, o maior público são os adultos. Mas todos esses defeitos são mais que compensados com a oportunidade de ver o filme que mais marcou nossas infâncias em belíssima Alta Definição e completamente remasterizado.


2011 está sendo um ano fraco em animação, e talvez isso seja alguma forma involuntária de reverência à aparição do rei das animações. Não sei se isso é bom ou ruim, mas o filme mais emocionante desse ano, na verdade veio de 1994.

Veredito

Assistir O Rei Leão em 3D foi uma experiência emocionante e gratificante que ninguém deveria perder.


domingo, 28 de agosto de 2011

Análise: Planeta Dos Macacos A Origem




Planeta Dos Macacos A Origem foi um filme que não chamou muita atenção quando recebeu a luz verde e que aos poucos, a cada vídeo que saia, foi animando o público, e acabou como um dos grandes filmes do ano. Ninguém sabia que a história da origem do primeiro macaco super inteligente que acabaria mudando a história do planeta poderia ser tão interessante.

Durante o filme vemos toda a vida de César,desde sua infância e seu relacionamento com os personagens de James Franco (127 Horas) e John Lithgow (Dexter) até sua ascensão ao posto de líder da revolução dos símios.

Não só a inteligência e motivações do símio vão mudando e evoluindo ao decorrer de sua vida, como também nossa reação ao mesmo. Na primeira parte do filme, onde vemos sua criação em um lar humano e toda sua ingenuidade de criança, nós ficamos literalmente apaixonados pelo jovem césar e nos divertimos muito vendo sua peripécias.

Conforme ele vai crescendo e ganhado forma e força, ele é obrigado a sair da casa dos “pais” e vai para um lar, onde é maltratado. Nesse momento sentimos empatia, entendemos sua dor e sentimos pena, por alguns minutos é até possível torcer pelo fim da humanidade e supremacia dos macacos.


Então ele decide começar sua revolução. E quando vemos como ele entende a violência da sociedade em que é forçado a viver e começa a subir nos ranks entre os macacos e planejar a sua fuga, toda a nosso amor muda, e sentimos medo. Medo de suas feições que vão ficando cada vez mais sinistras e mostrando emoções sempre mais complexas. Medo do que ele pode, e irá, fazer.

Toda a fantástica história é muito bem reforçada pela tecnologia por trás dos macacos. Andy Serkis (O Senhor Dos Anéis), um dos atores mais especializados em captura de movimentos empresta os seus gestos e expressões ao macaco e tudo é muito bem refeito em imagens computadorizadas muito realistas. Quando lembrei que aqueles animais eram, na verdade, pessoas em trajes especiais percebi como o resultado é literalmente assustador.


Planeta Dos Macacos A Origem é um presente pra quem quer um bom filme de ação, pra quem quer uma boa história, ou pra quem é fã da série (e pra esses tem várias referências divertidas de presente). É a 20th Century Fox, considerada uma das maiores culpadas pela imbecilização dos blockbusters, mostrando que aprendeu a lição.

A única dúvida que resta ao final do filme é se a academia do oscar está moderna o suficiente para reconhecer, com uma indicação à melhor ator, um ótimo trabalho de captura de movimentos.

Veredito:

Assistir a ascenção do chimpazé César foi umas das coisas mais impressionantes que vi no cinema esse ano e não tenho medo de dizer isso.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Vídeo: Estréias Da Semana 26/Agosto

Amor a Toda Prova


Em cartaz: BoxCinemas

Planeta Dos Macacos A Origem


Em Cartaz: BoxCinemas e Cinespaço

O Rei Leão 3D


Em Cartaz: Cinespaço

Kylie Minogue - Aphrodite 3D


Em Cartaz: Cinespaço



Escolha da Semana:

Mesmo com a "dramédia-romântica" cheia de estrelas (Steve Carrel, Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone e Marisa Tomei) e o grande clássico da infância de todo mundo sendo relançado em 3D, o filme imperdível da semana sem dúvida é Planeta Dos Macacos A Origem. Além de ser uma prévia à uma das maiores franquias do cinema, tem recebido ótimas críticas. Parece que os macacos feitos (acredite ou não) completamente de imagens digitais vão, literal e figurativamente, dominar o mundo

domingo, 21 de agosto de 2011

Análise: Lanterna Verde





Lanterna Verde (Green Lantern, 2011) esse ano foi sem dúvida um dos filmes com alto nível de expectativa mais escrachados pela crítica e público. Foi tido por muitos como uma das piores adaptações da era moderna de grandes personagens dos quadrinhos, e a reação dos fãs pode ser vista na péssima arrecadação nos cinemas americanos.

Tudo isso fez com que minhas expectativas, que ficaram muito altas depois do vídeo mostrado na feira nerd WonderCon, fossem mais uma vez rebaixadas. Por isso, cheguei no cinema com uma estranha sensação de amor e ódio. Um lado sabia que seria uma péssima experiência baseado no que aparentemente todo mundo vem achando (a média do filme no Metacritc é 39 de 100), e outro lado ainda esperava que algo bom sairia dali.

Sentei no cinema e quando o filme começou me encontrei tensamente esperando chegar a parte ruim. Imagine a minha surpresa quando as luzes acenderam e ela não apareceu.

O filme, claro, está longe de ser perfeito. Podemos perceber que a edição foi terminada as pressas e o roteiro poderia ser melhor. Mas todas as falhas e o mal desenvolvimento de alguns personagens estão longe de serem os erros fatais que algumas pessoas disseram.


Ryan Reynolds (Enterrado Vivo) como Hal Jordan foi uma boa escolha, e Peter Sarsgaard (Soldado Anônimo) está ótimo como o vilão Hector Hammond, que deveria ser o único do filme. Quanto aos outros membros da tropa dos lanternas, Geoffrey Rush (O Discurso Do Rei) e Michael Clarke Duncan (À Espera De Um Milagre) fazem um bom trabalho e se encaixam como uma luva em seus personagens. Pena que só ouvimos suas vozes e muito pouco. Mark Strong (Sherlock Holmes) como Sinestro está beirando a perfeição, como é comum com o ator, mais um que podia ter aparecido bem mais. Só Blake Lively (Gossip Girl) como Carol Ferris pareceu uma escolha duvidosa, mas nada de mais.

Outra coisa que tenho que falar são os efeitos especiais. Pode-se reclamar do que quiser no filme, mas os efeitos especiais estão maravilhosos, de longe os melhores do ano e sem dúvida figurando entre os melhores dos últimos tempos. O plano de Hal Jordan com o sol como fundo é simplesmente lindo.


Talvez por causa dos ótimos efeitos o planeta de Oa, central da tropa, e todas as outras cenas que mostram o nicho mais extraplanetário da trama estão bem melhores que as partes que se passam na terra. O que deixa lugar para expectativas para as continuações, que com certeza, investirão mais nessa parte.

Lanterna Verde pode não ser um dos melhores filmes de super-herói da nossa geração. Mas não deixa de ser um filme bom. Não percam as esperanças pois as continuações com certeza serão bem melhores e a série tem muito potencial. Afinal, nos quadrinhos, Lanterna Verde está entre os melhores.

Veredito:

Pareço estar sozinho nessa, mas gostei do filme, e muito.


sábado, 20 de agosto de 2011

Análise: Professora Sem Classe



Comédia é um gênero já de certa forma manjado no cinema. Conhecemos todas as fórmulas e todas as maneiras para fazer a plateia dar um riso. Comédias verdadeiramente originais praticamente não existem, e se existem, podem ser mais facilmente encontradas na televisão, ambiente com muito mais espaço para experimentação do que o cinema.

Dito isso, Professora Sem Classe (Bad Teacher, 2011) pode não ser original, mesmo sua temática mais adulta se perde dentre todas as outras comédias do ano, mas consegue tudo o que as comédias almejam: fazer rir.

Aqui, Cameron Diaz, que está chegando perto das quatro décadas de existência mas tem ainda muito oferecer (como faz questão de mostrar na cena do lava-jato), faz a professora Elizabeth Halsey, tudo o que uma educadora não deveria ser. Em busca de um marido rico que pague sem reclamar pela vida que ela acha que merece, ela culpa seu fracasso nos seus peitos de tamanho médio e busca, de toda forma possível, os caros implantes de silicone.

O elenco de apoio é simplesmente incrível. Jason Segel, da famosa série How I Met Your Mother, faz o professor de ginástica apaixonado por Elizabeth. E temos várias participações, mesmo que pequenas, de rostos conhecidos da televisão, propagandas e outros lugares. Destaque para John Michael Higgins, coadjuvante de luxo de diversas sitcoms como o diretor do colégio, Jerry Lambert, o ótimo garoto propaganda do Playstation e Eric Stonestreet, em um papel completamente oposto àquele que o fez famoso em Modern Family.

Mas os melhores atores nesse elenco secundário são sem dúvida Justin Timberlake, saindo de seus papeis de garotão mais óbvios para um papel de um puro imbecil (prepare-se para morrer de rir na cena de sexo), e Lucy Punch como professora rival e completo oposto da protagonista.

A única parte sem graça dos personagens coadjuvantes são as crianças, que não passam dos clichês clássicos de todo filme de escola. Temos a patricinha versão miniatura de Cameron Diaz, o garoto sensível aspirante a poeta, a CDF que faz tudo pra agradar os professores, e a boa adição de um sósia mirim de Robert Pattinson, carinhosamente apelidado de “Twilight”.


Com esse bom elenco de apoio e um papel bastante diferente para Diaz, a motivação estapafúrdia da trama acaba se tornando palpável, o que resulta em boas e longas risadas.

Os clichês do final ainda estão lá, na forma das lições aprendidas e epifanias puritanas, mas a personagem, felizmente, continua a mesma mulher perigosa com olhar de ressaca e Louboutins destruídos em cima da mesa. As lições foram aprendidas, mas as atitudes não mudaram.

Veredito:

Ótima comédia, garantia de boas risadas. Definitivamente recomendo. Mas não espere nada revolucionário.

Vídeo: Estréias Da Semana 19/Agosto

Estreias da semana vai ser mais dinâmico. Por que eu sei que pouca gente gosta de ficar sentada lendo coisas e coisas. Portanto, a partir de agora, só teremos os trailers dos filmes que estrearam nos cinemas de João Pessoa.

Lanterna Verde (disponível em 3D)

Onde Está A Felicidade?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Tal João de Santo Cristo

Você deve estar sabendo que a produção da adaptação ao cinema da música Faroeste Caboclo do Legião Urbana está a todo vapor. E essa semana saíram as primeiras imagens do João De Santo Cristo (Fabrício Boliveira), da Maria Lúcia (Ísis Valverde), e até o Pablo (Cesar Trancoso). Apareceu também um Marco Aurélio (Antonio Calloni) um policial corrupto que acho que não tinha na música.

Com isso, de importante só tá faltando o Jeremias (Felipe Abib) aquele que se dizia crente mas que não sabia rezar.


Não sei vocês mas vendo essas fotos sempre dá pra escutar na cabeça: "Não tinha medo o tal João de Santo Cristo, era o que todos diziam quando ele se perdeu (...)"


domingo, 14 de agosto de 2011

Dia Dos Pais


Ah, a paternidade, que coisa mágica. É o sonho de todo o homem, mesmo que ele não queira admitir, virar um pai.

Adam Sandler é um dos poucos homens que teve a dádiva de ser pai de diferentes crianças, uma penca de cada vez, praticamente todo ano. Ele é, sem dúvida o pai mais famoso do cinema, e uma boa parte dessa fama se dá a constante repetição do filme O Paizão todo o ano no dia dos pais.

Ele já foi tanto literalmente pai (Gente Grande e Click) como serviu de figura paterna pra o filho dos outros (O Paizão, Um Faz de Conta que Acontece) e a coisa mais incrível que notamos foi que, independente das chances e das diferentes personalidades que ele e as crianças encarnam, ele nunca conseguiu ser bom nesse negócio de educar. Mas é claro que sempre, no final do filme, percebemos que ele aprendeu a lição e agora vai ser um pai presente e perfeito, é o milagre do texto mal escrito.

Essa é a minha homenagem pra todos os homens que, como Adam Sandler, são pais, digamos, diferentes. Porque, afinal, ser pai é mimar os seus filhos com água importada, mexer com o futuro deles usando um controle do universo, ensinar os pirralhos a amassar as latas para pagar menos no supermercado, contar histórias de ninar que podem acabar te matando e todas essas outras coisas que todo o bom pai faz.


Um feliz dia dos pais, de Robson Travassos.

sábado, 13 de agosto de 2011

Artigo: Os 50 Melhores Filmes Da Minha Vida Parte 17

1º Lugar


Batman O Cavaleiro Das Trevas (The Dark Knight, 2008) de Christopher Nolan


Creio que criei uma expectativa muito alta para o final da minha lista, muitas pessoas falaram que não conhecem boa parte dos filmes, o que pode (não intencionalmente) ter dado um ar muito cult a lista. Principalmente na chegada do top 5, que praticamente não tinha blockbusters ou filmes de marca.

Veja o segundo lugar por exemplo, O Curioso Caso de Benjamin Button, quem me conhece e conhecer as minhas preferencias cinematográficas sabe que esse filme tem tudo o que eu gosto em um filme. Uma história longa, fantástica e bem amarrada, escrita e contada; feito pelo meu diretor preferido, David Fincher; estrelado por um ator que gosto muito, Brad Pitt; e pela melhor atriz de todos os tempos (pra mim, que fique claro), Cate Blanchett.

Realmente Benjamin Button tem de tudo para ser meu filme preferido de todos os tempos, e muitas vezes já me perguntei por que não é. Sinceramente seria uma resposta bem mais impressionante à pergunta “Qual seu filme preferido?”

Mas algo aconteceu, algo naquele coringa, algo naquela cidade altamente real e tangível, algo naquela montagem onde várias coisas acontecem ao mesmo tempo e resultam em grandes eventos dentro do filme, e grandes cenas. Algo aconteceu que fez o pequeno nerd que mora dentro de mim chorar de felicidade e pura admiração.

Realmente, eu assisti esse filme um total de 11 vezes, pode ser pouco para alguns viciados em um filme só, mas foi o que o meu filme mais assistido. Vale salientar que 5 dessas vezes foram enquanto ainda estava no cinema.


Eu sinceramente não consigo explicar porque esse filme esta no topo, nem tenho argumentos para dizer que ele é melhor que muitos dessa lista, mas simplesmente é. Christopher Nolan falou comigo e com todos os nerds quando fez o favor de criar a melhor adaptação de quadrinhos e o melhor filme de super-herói de todos os tempos, não podemos agradecer.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Artigo: os 50 Melhores Filmes Da Minha Vida Parte 16

2º Lugar


O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case Of Benjamin Button, 2008) de David Fincher


Poesia pode ser caracterizada e reconhecida facilmente pela formatação em versos e com rimas na qual elas geralmente se encontram, mas eu gostaria de tentar trazer uma nova definição para o substantivo, uma mais, digamos, subjetiva.

Para mim, poesia não tem necessariamente que vir em versos, muitos poemas vem carregados de praticamente nenhum valor artístico. Poesia para mim tem a ver com a inspiração, não só com a qual ela foi feita, mas a inspiração que ela da as pessoas que a presenciam.

Poesia para mim tem a ver com o sentimento que vc experiência ao termina-la. Você fica mais solene? Mais feliz? Mais triste? Não importa o que vc senta, o que importa é sentir alguma coisa. E nesse sentido poesia não é exclusivo da literatura. Nesse sentido, poesia pode estar em tudo, desde músicas a jogos.

E um bom exemplo de uma poesia no cinema é O Curioso Caso de Benjamin Button.

David Fincher já havia se provado um grande diretor quando fez incríveis filmes de suspense como Clube Da Luta e Seven, mas nesse filme, ele não só sai da própria sombra, como bota uma nova luz na sua carreira.

O seu traço meticuloso e cuidadoso ainda está presente, mas esse filme se diferencia por não ser pesado, tanto no tema quanto nas cenas. Certamente não é para todos, mas se aproxima bem mais de um filme “light”.

Na história, Benjamin Button nasceu sob circunstancias estranhas, ele começou a vida como um senhor idoso, e com os anos foi rejuvenescendo. O filme o acompanha na sua jornada, desde quando venceu a cadeira de rodas onde vivia até o momento em que perdeu a mente e o corpo para a velhice mental e a juventude física.


Toda a vida de Benjamin Button, interpretado belamente por Brad Pitt, está ao redor de sua amada, interpretado por Cate Blanchett num dos melhores papéis da sua vida.

Benjamin Button é uma experiência, um filme que todo o filme almeja ser, não é a toa que a Criterion Collection, empresa americana encarregada de fazer edições de luxo em DVD e Blu-Ray dos mais variados clássicos antigos, lançou sua edição de Benjamin Button imediatamente depois de sua saída dos cinemas.


Abaixo, a última cena do filme, provando a beleza da obra, aos preocupados, não temos spoilers:

Artigo: Os 50 Melhores Filmes Da Minha Vida Parte 15

3º Lugar


Magnólia (Magnolia, 1999) de Paul Thomas Anderson


Paul Thomas Anderson faz desse filme, seu dúvida o seu trabalho mais conhecido, um belo discurso sobre o acaso e sobre a simplicidade dos tons de cinza que existe nas relações humanas.

A história já é, por natureza, difícil de ser contada, existem muitos personagens e todos eles merecem ter suas histórias expostas e trabalhadas. Temos de tudo, desde um orador motivacional que ensina homens com baixa auto-estima a dominar as mulheres interpretado por Tom Cruise, até uma ex-estrela mirim que virou um adulto homossexual que tenta mudar sua aparência para agradar o homem que admira mas não conhece interpretado por William H Macy, passando por um enfermeiro cuidando de um velho moribundo interpretado por Philip Seymour Hoffman.

Todos esses personagens estão ligados entre si no melhor estilo novela das oito, e sempre amarrados a uma ótima atuação dos seus representantes. Tudo isso sob o pulso firme de Paul Thomas Anderson.

Quando falo de Magnólia tenho que falar da direção, simplesmente uma das melhores que já vi, Anderson controla sua câmera magistralmente, ele nos tira do chão e nos faz flutuar, enquanto nos pega na mão e se faz de guia numa jornada que nos leva do riso ao choro.

É um talento de poucos diretores fazer um segmento de mais de 30 minutos de momentos de pura tensão, com uma música tensa tocando no fundo sem parar, e conseguir fazer isso sem cansar o expectador, fazendo com que a longa duração de mais de 3 horas do filme passe num piscar de olhos.

Se você me perguntar daqui a alguns anos como seria a lista de 50 melhores filmes no momento, ela pode ser completamente diferente, mas Magnolia e o próximo filme que está por vir, tem seus lugares garantidos no topo.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo: Os 50 Melhores Filmes Da Minha Vida Parte 14

4º Lugar


Clube da Luta (Fight Club, 1999) de David Fincher


Mais um filme de David Fincher na lista dos 50 melhores, essa é sem dúvida a sua obra mais famosa, embora essa fama possa não vir de uma coisa lá muito boa. Foi numa sessão desse filme, em um local que não me lembro no momento, que um jovem entrou com uma arma e atirou nos presentes.

Esse incidente, já foi comprovado, não tinha relação com o filme, a escolha da sessão havia sido coincidência, mas, a memória da humanidade pode ser tão dura quanto longa, e, não só no brasil como no resto do mundo, o filme recebeu críticas mornas e foi um fracasso de bilheteria.

Mas, mais tarde naquele mesmo ano, as pessoas, por algum motivo que me escapa, passaram a perceber a genialidade do filme. O filme passou a figurar em várias listas de melhores do ano, e a Entertainment Weekly, que o havia dado um D- ranqueou seu DVD como o número um na sua lista de imperdíveis.

Toda essa bagunça e mudança de opiniões contribuíram para que o filme ganhasse um status de Cult, afinal, não era pra menos, um filme sobre um trabalhor com insônia que passa a substituir suas terapias (que já eram controversas) por sessões de pancadaria com um amigo que conheceu no avião, e essa empreitada, até certo ponto inocente, se transforma em algo tão maior que na metade do filme, quando você lembra onde tudo começou, fica difícil acreditar na viagem feita pelo nosso protagonista, chamado apenas de Narrador.


Com um elenco estrelado, Edward Norton, Helena Bonham Carter e o já parceiro do diretor Brad Pitt. O filme é um prato mais que cheio para quem gosta de uma trama, inteligente, irônica e simplesmente pirada, fruto do trabalho conjunto do escritor do livro que serviu de inspiração, Chuck Palahniuk e do genial diretor David Fincher.

Abaixo, uma das cenas mais famosas do cinema, que está no final do filme, pra quem não assistiu, não vai estragar a grande reviravolta, mas não indicaria ver:

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Artigo: Os 50 Melhores Filmes Da Minha Vida Parte 13




5º Lugar


Fonte Da Vida (The Fountain, 2006) de Darren Aronofsky


Também presente nessa lista com Requiem Para Um Sonho no 19º lugar, Aronofsky, um dos melhores e mais diferenciados diretores de hoje em dia nos entrega nessa linda história de amor, seu conto mais bonito e intimista, e, sem dúvida, pelo menos para mim, o melhor filme de sua carreira.

O diretor ficou mais conhecido esse ano com sua indicação a melhor diretor com o filme Cisne Negro que também recebeu uma indicação à melhor filme e deu o prêmio de melhor atriz para Natalie Portman.

Porém, essa não foi a primeira vez que o diretor arrancou ótimas atuações dos atores de seus filmes, a história de Fonte Da Vida não seria tão impactante se não fosse pelas performances de Hugh Jackman e Rachel Weisz.

A história se passa em três partes, no presente, onde um médico (Jackman) se esforça ao máximo e obtém bons resultados na busca pela cura do câncer pois sua esposa (Weisz) sofre da doença e está em estado terminal. No passado, dentro do livro escrito pela esposa do médico, o mesmo casal se encontra novamente, dessa vez ela como uma rainha e ele como seu principal cavaleiro e amor da sua vida, ambos na busca pela fonte da juventude. Já no futuro, vemos a viagem solitária do mesmo médico, que atingiu a imortalidade por intermédio da arvore e agora viaga pelo espaço em busca da estrela que representava o além para os maias.

A história foi duramente criticada pelo público por ser viajada demais, o que resultou com o fracasso do filme nas bilheterias, porém, aos olhos do diretor essa crítica era indevida, pois, como ele mesmo disse, não é nada mais do que uma simples história de amor.


E o amor se mostra em todos os aspectos do filme, até mesmo na direção, o diretor, na época casado com Weisz, faz questão de usar cada ângulo e cada segmento como uma declaração de amor a sua amada, que em troca, da uma incrível interpretação.

E assim fica fonte da vida, como tantas outras obras, incompreendida. Talvez quando Aronofsky morrer o filme receba o status de clássico que merece.