Você conhece Avatar. A menos que tenha estado enterrado em baixo de dúzias de pedras escondido numa caverna você sabe que o novo filme de James Cameron foi o filme de maior sucesso comercial da história da humanidade.
Da mesma forma que você sabe que do mesmo jeito que esse filme tem muitos fãs ele também tem muitos críticos, e a maioria usa do mesmo argumento: O filme é previsível.
Antes de responder essa crítica, vamos dar uma olhada na história. No futuro, os homens já sabem viajar no espaço. e com a conquista da última fronteira eles descobriram uma pequena lua chamada Pandora, cuja geografia em muito se assemelha a da terra.
Esta lua desperta muitos interesses nos humanos, uma parte deseja destruir Pandora (assim como fez com a terra) para juntar Unobtanium, um material que vende por 20 bilhões o quilo. Já outro grupo, composto principalmente por cientistas, desejam estudar a fauna e flora do lugar, assim com seus nativos, os Na'vi, seres humanóides azuis de 3 metros de altura.
É aí que entra nosso protagonista Jake Sully, seu irmão gêmeo, Thomas, era um cientista trabalhando no 'Projeto Avatar' (embora nunca tenha sido chamado por esse nome no filme) em que mistura-se DNA humano e Na'vi para criar um ser híbrido que possa sobreviver à atmosfera e ambiente hostis aos homens. Esses híbridos seriam comandados remotamente pelos seus "pilotos" humanos por meio de transferência de consciência.
Bem, Thomas morre em um assalto, e seu irmão, confinado numa cadeira de rodas, é chamado para substituí-lo, já que ninguém quer perder um investimento grande como este. Jake assume um Avatar, sai andando pela floresta, encontra Neytiri e é integrado no clã de seu povo, enquanto ele se encanta cada vez mais com a cultura dos Na'vi, um de seus chefes quer se aproveitar desse nível de intimidade para descobrir maneiras de expulsá-los de suas casas e pegar mais Unobtanium.
Agora às críticas: o filme é previsível. Sim, sem sombra de dúvidas. Só de ler a sinopse e assitir o trailer não é preciso ser um gênio para descobrir o final. E conforme o filme progride mais óbvias as coisas se tornam [SPOILERS começam aqui] assim que Jake encontra Neytiri a primeira vez você que eles vão ficar juntos, assim que aparece aquele pássaro vermelho gigante você sabe que Jake vai domá-lo, assim que eles tentam transferir permanentemente a consciência da doutora Grace você sabe que eles vão fazer o mesmo com Jake [SPOILERS terminaram aqui] , sim o filme é previsível, a história nada mais é do que Pocahontas contada de outro jeito.
Mas qual é o problema disso? Porque um filme não pode ser simples? e devo lembrar do ótimo filme de 2001 Jogo de Intrigas (O) uma reimaginação moderna da clássica peça de Shakespeare Othello, qualquer um familiar com essa história sabe o que vai acontecer, mas em casos como esses não importa que rumo a história tome, o que importa é o mundo em que ela acontece.
E o mundo de Avatar é fantástico e (para o ódio dos críticos) complexo.
Volte um pouco o texto e dê uma olhada na minha sinopse do filme, ela tem 4 parágrafos, e eu usei apenas o último para contar a história, precisei de três para descrever o mundo em que ela se passava. James Cameron não poupou esforços para fazer de Pandora o mundo falso mais crível de todos.
E isso se mostra nos detalhes, em cada pedaço de planta, cada árvore. Cada animal, seja ele voador ou terrestre vive e respira como o mais real dos homens. Cada mosquito que passa pela tela tem sua própria fisiologia e anatomia. James Cameron invetou uma religião, uma cultura, um idioma. A riqueza de detalhes é tão grande que é impossível não se apaixonar por pandora.
E é claro que tudo isso não seria tão impactante caso a qualidade da produção não fosse boa. Mas, por sorte, os méritos técnicos do filme são os maiores. O mundo é cheio de cor e vida, as expressões nos rostos de cada Na'vi é real, cada músculo é animado, e mesmo quando os seres de computação gráfica dividem a tela com atores filmados, o efeito não perde sua realidade, pelo contrário, é quando você vê Neytiri por a mão no rosto humano de Jake que você pensa que ela tem que ser real, que nenhum computador poderia criar uma imagem com tanta perfeição.
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O filme estreou pela primeira vez dia 18 de dezembro do ano passado, e minha análise só esta sendo postada agora. Isso é porque essa semana estreou por tempo limitado e só em salas 3D a edição especial estendida do filme, com 8 minutos de cenas inéditas.
Quem não teve oportunidade de assistir ao filme no cinema, ou que não pode vê-lo em 3D na vez que foi, indico que não percam essa chance. Mas pra quem já assistiu, os únicos atrativos são as cenas extras. Vamos à elas:
No total, os oito minutos se dividem em 6 novas cenas além de extensões de poucos segundos a cenas já existentes, a primeira: mais exemplares da fauna local, durante o primeiro sobrevôo de Jake por pandora. a segunda: quando eles descem na floresta pela primeira vez, antes do encontro com o Titanoteres, Jake, Norm e Grace visitam os restos da escola onde Grace ensinava inglês aos Na'vi. a terceira: uma cena de caça, logo depois que Jake domina seu Banshee Voador. a quarta: a famosa cena de sexo de Jake e Neytiri, onde eles fazem uma ligação. a quinta: um ataque dos Na'vi contra os humanos, com vítimas. e a sexta: Jake fazendo as pazes e sacrificando Tsu'tey o segundo líder do clã.
Cada uma dessas cenas, sem exceção, fazem um ótimo trabalho em trazer novo fôlego ao filme, fazendo valer mais um ingresso para quem já assitiu. E para os fãs do 3D de "coisas jogadas na sua cara" a nova cena de caça é um banquete.
Fiquei surpreso como, mesmo vendo o filme pela quarta vez ainda consegui me surpreender com a beleza de pandora, não me canso de viajar para esse mundo, e mal posso esperar pelo Blu-ray edição especial de colecionador, que contem o filme com 15 minutos de cenas extras.
NOTA:
Avatar: 10,0
P.s.: Tenho um professor que infla o peito para dizer que James Cameron é um louco porque em uma entrevista ele disse que "os Na'vi tem muito o que nos ensinar", e como foi ele quem criou os Na'vi é ele quem deveria ditar as novas regras do mundo. Espero que todos que leiam esse blog compartilhem do meu sentimento quando eu digo que tal crítica, de tão absurda, nem deve ser glorificada com uma resposta.